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Centro de Estudos e Pesquisas Psicobiofisicas

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Cosmoética e o Poder da Comunicação

‘A palavra que tens dentro de ti é tua escrava; aquela que deixas escapar é tua senhora.’ (provérbio persa)

Cosmoética é ética que vigora como padrão de comportamento evolutivo universal, multidimensional, indo além dos princípios da moral social e da ética humana definidos para a intrafisicalidade. Enquanto esta ética restringe-se às normas e valores de determinada realidade social, aquela (a Cosmoética) é superior a todas as normas e regras de conduta estabelecidas por filosofias, religiões e culturas circunstanciais de cada existência e, assim, sujeitas ao tempo, à localização geográfica e aos povos que as praticam.

A Cosmoética, ao contrário, implica em código de conduta individual e próprio de cada consciência, que é multiexistencial. A vida humana atual é apenas uma dentre as várias existências da consciência. Já vivemos muitas vidas no passado e viveremos muitas outras no futuro.

Portanto, a sua Cosmoética vivida hoje é o seu código de conduta pessoal,  atemporal, independente de cultura e universal, uma vez que resulta das várias experiências vividas nas milhares de existências humanas anteriores, além da que se desenvolve na existência atual, e que ajudam a sedimentar normas, valores e regras que a consciência estabelece para si ao longo das fileiras dos milênios.

Pela auto-observação, você tem condições de avaliar qual o seu atual nível de Cosmoética.  Importa entender que o seu código de conduta espontâneo dentro de você, o habilita a conviver em harmonia, com o devido respeito aos direitos e interesses das outras consciências (conscins e  consciexes), dentro da sociedade intrafísica (socin) e dentro da sociedade extrafísica (sociex) após a dessoma.

O seu comportamento e as suas decisões, sem exceção, são reguladas pela  Cosmoética vivida. Se vivêssemos apenas pelo que determina a moral humana, repetiríamos o nosso passado superado e dispensável.

Os nossos pensamentos e sentimentos  são heranças permanentes de nós mesmos. Por isso, saber pensar e saber sentir é tão importante. Aparelhados, os corpos mental e emocional podem fazer com que o corpo físico supere qualquer dificuldade circunstancial.

Um dos requisitos dessa construção contínua, a cada existência, do código de conduta cosmoético é a sua capacidade de se comunicar, é o poder da comunicação com as demais consciências, tanto no convívio da intrafiscalidade quanto nos relacionamentos com as consciex nas outras dimensões (ainda que não haja lucidez de sua parte, nesses contatos).

O poder da comunicação deve estar vinculado ao conhecimento. Mas é preciso estar atento, pois de nada adianta deter  conhecimento intelectual que não se pratica. O saber intelectivo serve apenas como a tomada de consciência. Desse modo, além do conhecimento, é importante ter discernimento. Este, segundo a Conscienciologia, engana menos você do que os livros.

Cada consciência constrói a sua programação existencial a partir de três pilares básicos: autossuperação, reconciliação e assistencialidade. Visando cumprir o que está previsto na proéxis (completismo existencial), deve a consciência pensar, sentir e agir de forma cosmoética, sempre.

Todos os atos cosmoéticos da consciência são altruístas em sua essência, em suas causas ou em seus efeitos, o que significa que não são atos que visam interesses pessoais e mesquinhos  exigidos pelas circunstâncias atuais.

Assim também deve ser com a nossa comunicação, a qual deve perseguir alguns princípios basilares:

a)      Autocrítica – sem ser rigoroso ao extremo comigo mesmo, busco pautar os meus pensamentos, minhas emoções e minhas ações de forma consciente dentro dos princípios da cosmoética. Tais princípios, vivo-os na prática, por isso, tenho deles experiência. Não repito tais princípios com a boca e os nego com o coração e com as mãos. No entanto, se dos outros recebo críticas, acato-as, quando as entendo corretas (discernimento).

O discernimento é fator essencial para quem vive a Cosmoética, pois ele coloca nos seus próprios lugares a boa intenção, a boa vontade e todas as habilidades pessoais que possuímos.

É o discernimento que vai ajudar a identificar quando a minha intenção é realmente boa, ou quanto de boa vontade devo empregar numa determinada ação. Ajuda-me a colocar a serviço do outro  – quando e só quando for extremamente necessário –  as minhas habilidades pessoais, impedindo-me  de anular a iniciativa do outro ou menosprezar as suas habilidades.

Em outras palavras: ensino o que já sou capaz de entender, vivenciar, realizar e implantar.

b)      Verbação – no plano da comunicação cosmoética, devo prestar atenção à interação entre palavras e ação, a fim de verificar se ela me conduz a propósito altruísta e de forma deliberada, ou seja, é decisão minha não pedir só pra mim; é por minha própria vontade que escolho questionar primeiro a mim mesmo e só depois de ter respostas, buscar auxiliar os outros nos seus questionamentos.

c)       Coloquialismo: falar de improviso quando for preciso e onde seja útil.

d)      Gesticulação: melhorar a sua gesticulação e todo o seu comportamento corporal, o que é importante para as formas de comunicação não-verbal, por exemplo.

e)      Intelectualidade: estudar e planificar, com antecipação, minuciosamente, sem nenhuma preguiça mental, as suas palestras e atividades intelectuais, públicas e agendadas.

f)       Logicidade: ordenar a sua exposição verbal em sequências lógicas ideais.

g)      Simplicidade: as palavras mais simples devem ser preferidas às empoladas, em todo tipo de comunicação, porém sem medo da erudição técnica.

h)      Opinião: A opinião sustentada em fatos é muito mais forte do que a opinião meramente adjetivada. Daí porque é importante ter conhecimento acumulado, buscar informações de várias fontes.

i)        Subinformação:  evite dar informações pela metade, ou seja, a subinformação que, às vezes é mera desinformalão. Subinformar é um ato anticosmoético.

j)        Emoção: evite deixar-se envolver pela emoção no desempenho do trabalho de esclarecimento (tares) das consciências.

k)      Atenção:  O aqui-e-agora da comunicação em massa oferece só o fast food consciencial. Toda multidão tende a se nivelar por baixo. Em média, na multidão, concentram-se 4 pessoas por metro quadrado, e o mínimo de pensamentos de alto nível em cada pessoa. Afora as consciex…

Mas temos tratado até agora da comunicação verbal (falada ou escrita) porque só conhecemos, ou pelo menos só procuramos desenvolver, essa maneira de nos comunicarmos,  por intermédio da mente. Não sabemos nos comunicar apenas estando presente, por intermédio da nossa presença, embora em silêncio.

Se prestarmos atenção, vamos perceber que há em nós, o tempo todo, uma comunicação não-verbal:  braços cruzados como sinal de auto-defesa; gesto, trejeito ou aceno é palavra da sua linguagem não-verbal em qualquer lugar; pés que ficam chutando o ar são sinal inequívoco de impaciência… Um sorriso dá voz aos mudos. No entanto, se for nervoso, gera desconforto e constrangimento nas pessoas.

Entretanto, no processo evolutivo, os padrões antigos de comunicação estão ficando insuficientes. Surge a necessidade de se desenvolver novos padrões de comunicação não-verbal. Quanto mais alguém amadurece, mais necessária é a comunicação não-verbal, manifestada/realizada por todos os seus corpos e não apenas pelo corpo físico ou só pelo corpo emocional ou mental, mas por todos, de forma harmônica e integrada.

A cosmoética fornece a você que escreve e, por analogia, a você que se comunica, uma pergunta muito pertinente, prática e de alto nível de discernimento: terei vergonha do meu texto, da minha fala, das minhas expressões, daqui a uma década?

Inegavelmente, houve evolução do ponto de vista científico, tecnológico, psicológico, cultural, social e até empresarial. Já foi reconhecido há tempos que desfrutamos, hoje, de maior liberdade de pensamento e expressão pessoal e grupal, mesmo com a explosão demográfica.

As comunicações são mais rápidas, instantâneas, numerosas e eficientes. O conhecimento humano, em 1993, já se duplicava uma vez a cada 18 meses. A sociedade intrafísica (socin) contemporânea considera inaceitável todo boicote de informações ou mesmo sonegação de informes que, agora, são muito mais denunciados.

As possibilidades de comunicação e contatos pessoais jamais foram tão eficientes, fáceis e menos custosas, como nos dias atuais. A liberdade de expressão e de manifestação dos pensenes e os próprios interesses conscienciais se ampliaram, hoje, para níveis impensados e inalcançáveis em nossas seriéxis anteriores.

Inegável que a  vida intrafísica faculta uma possibilidade que, de resto, é imposta, para se dinamizar a auto-evolução da consciência.  O conhecimento é a expressão do momento preciso da consciência. No entanto, a socin oferece certos excessos e perigos de perdas de energia, espaço e tempo conscienciais, através de repetição de experiências desnecessárias (automimeses), dispensáveis, que devem ser evitados.

O seu nível de desenvolvimento interior depende de você.

Podemos afirmar, por exemplo, que o advento de celular, com todos os recursos que a tecnologia permite hoje, tem dificultado a comunicação pessoal entre as pessoas e que no passado é  que era bom porque as pessoas se encontravam mais e colocavam cadeiras nas calçadas pra conversar…

É preciso tentar entender que o que é novo é novo e não pode nem deve ser comparado com o velho porque o velho era o novo no seu contexto. Assim, no atual contexto das redes sociais, no qual a tecnologia, a serviço da inteligência humana, permite reduzir distâncias e agiliza as nossas ações do dia-a-dia em tudo, devemos nos perguntar:

De que forma estou fazendo uso dessa tecnologia? É de forma cosmoética? Que tipo de comunicação estou estabelecendo com as pessoas através das redes sociais, do celular? Contribui para o esclarecimento dos outros? É uma atitude evolutiva ou me aprisiona à mediocridade da maioria? Tenho feito do poder da minha comunicação um instrumento de crescimento ou estou repetindo comportamentos superados e dispensáveis?

Se identificar na sua comunicação algum princípio anticosmoético, deixe de lado qualquer vaidade, fale menos, faça mais internamente. Olhe mais para dentro do que para fora de você… veja mais a si mesmo do que aos outros, pois é em você que estão as imperfeições, e não nos outros.

As consciências existem enredadas em uma teia de relações. Jamais tivemos uma oportunidade tão boa para dinamizar a evolução quanto hoje.  A população humana, em tempo algum, foi tão numerosa (segundo a ONU, em junho/2013, já somávamos 7,2 bilhões de pessoas!)

Estamos vindo a este Planeta há cerda de 2.500 séculos, com o objetivo maior de servir uns aos outros, independentemente de misticismos, filosofias, ciências e interesses circunstanciais.

Reflita: a quem serve o seu poder (a sua capacidade) de comunicação? Pra que serve a sua comunicação? A sua comunicação é cosmoética?

Pare, medite… comunique-se de forma diferente da maioria!