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Centro de Estudos e Pesquisas Psicobiofisicas

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Trabalho e Evolução

Por Anette Leal 

Assim como a motivação é algo interno e exclusivo de cada consciência porque depende diretamente do nível de maturidade de cada uma, o trabalho de que vamos tratar hoje é algo para além da profissão exercida nesta existência. Esta reflexão é um convite para a abertura ao novo, abertura da mente, ampliando ou mesmo desconstruindo os pré-conceitos.

A cada existência ressomamos com uma programação para superarmos os nossos traços falhos (autossuperação), para afinar laços através da reconciliação e para prestar serviço, tanto na intrafisicalidade quanto na extrafisicalidade (assistencialidade). Um dos principais métodos para alcançarmos esses objetivos é definido pelo trinômio automotivação-trabalho-lazer que, segundo a Conscienciologia, confunde-se como a eficácia da técnica de viver.

Conjunção de três valores essenciais para toda consciência, o trinômio possui seus termos assentados na autolucidez multidimensional, na evolução consciencial e na assistencialidade interconsciencial.

De fato, a conjunção desses três estados bem empregados na busca nossa de cada dia de cumprir a nossa programação existencial, oferecem dois importantes resultados, dentre outros: (i) na intrafisicalidade, permite a compatibilidade da consciência às mais variadas circunstâncias que se lhe apresentem e, com isso, uma vida humana bem-organizada; e(ii) para as demais dimensões, a vivência do estado vibracional profilático, ou seja, permite que a personalidade desfrute de um estado vibracional mais equilibrado entre pensamentos, emoções e energias.

O uso autoconsciente desses estados leva à autossuficiência, pois é a vontade que motiva a personalidade a criar e manter o serviço (trabalho consciencial) com o emprego inteligente das suas energias, do seu tempo e das oportunidades buscadas, sempre com satisfação.

Segundo a Conscienciologia, “tudo o mais no Cosmos, além ou fora deste trinômio evolutivo, é inapelavelmente secundário na condição de valores conscienciais, inclusive as maiores pensenizações e as atividades dos pesquisadores, cientistas, filósofos, pensadores, religiosos, fundamentalistas, artistas e autores de todos os séculos da História Humana”.

A evolução da personalidade exige trabalho consciencial incessante e multímodo. A vida da consciência é para sempre: não pensemos só na ida; pensemos também na volta.

Por onde, então, começar a trabalhar?
Que tal por nós mesmos?

O trabalho autoterapêutico é o conjunto de atividades laborais desenvolvidas para atender parcial ou totalmente às necessidades evolutivas da conscin, apresentando percentual crescente de interassistencialidade, resultando na autorreeducação consciencial e em autorganização de esforços, prazos e talentos para evitação dos efeitos de sobrecarga do vício em trabalho (workaholism).

A prática do trabalho autoterapêutico oferece à conscin buscadora uma blindagem energética que funciona como autodefesa contra autoassédio e heteroassédio.

Trabalhos são oportunidades, exploração não!

O trabalho favorece autoconhecimento e paga dívidas, além de gerar aprendizagem. Esse é um olhar diferente sobre o conceito comum que se tem do trabalho como “obrigação” ou algo que traz mais aborrecimento do que prazer.

Esforce-se para identificar lazer no seu trabalho por mais “pesado” que ele lhe pareça, de modo a transcender a visão do trabalho como tortura. Por outro lado, mesmo quando não se tem opção ou alternativa para mudar de trabalho profissional, o prazer mesmo nesse tipo de trabalho aperfeiçoa a obra.

Manter-se automotivado no trabalho ajuda ao melhor aproveitamento do tempo de vida e à autossuperação da dispersão profissional, além do respeito ao ambiente de trabalho e o bom convívio com as diferenças e hierarquias.

Quando se tem o foco no roteiro de tarefas evolutivas, é possível adotar hábitos sadios, rotinas úteis e evitação inteligente de situações que provoquem desperdício de tempo e de energias, por exemplo.

O trabalho pela sobrevivência também é meio de aprendizagem, lucidez e evolução, sem partir para o extremo oposto de considerar a necessidade do autossacrifício ou autoflagelo como “passaporte” para mudança de patamar evolutivo. Evita-se esse extremo com o discernimento.

Ao contrário do que se vê na Socin, o trabalho é a lei do MAIOR esforço para toda consciência que busca o rumo mais adequado ao seu crescimento.

O trabalho consciencial conduz à organização pensênica prioritária, no tempo e no espaço e à autocoordenação sinestésica capaz de administrar pensenes, hormônios, prioridades e fatores externos.

Do que você se ocupa?

O trabalho para você funciona como lazer?

Lembre-se: você desenvolve aquilo de que você se ocupa. Se, por acaso não trabalha como lazer e não tem alternativa, ocupe-se em outros momentos de algo evolutivo.

A pessoa, amando o que faz, vai crescendo na motivação sem lacunas depressivas. A conscin automotivada diretamente para a realização, através do que cria e mantém, torna-se moto-contínuo de energia consciencial, dentro do nível mais inteligente do emprego das suas energias, do seu tempo e das suas oportunidades buscadas.

Só tem um problema muito sério: manter a produtividade permanente da sua realização contínua. A manutenção é muito mais difícil do que a criação do empreendimento.

E por quê? Simplesmente porque a manutenção exige o pleno exercício da vontade… Ou seja, exige o buscar dentro de si a decisão de continuar com o trabalho. Esse é um exercício diário e exclusivo de cada consciência.

Um trabalho livremente escolhido só será permanente, continuado, se a escolha tiver sido autoconsciente porque terá sido derivada da vontade da consciência.

A concentração mental potencializa o continuísmo sadio do trabalho intelectual. Se o pesquisador, ou pesquisadora, engrena o mentalsoma com o trabalho, não para mais, segue sempre disposto e atento, pois a automotivação torna-se automática.

O iogue Paramahansa Yogananda afirma: “Senhor, minhas mãos e meus pés estão trabalhando para Ti. Tu me deste um determinado papel para desempenhar neste mundo, e tudo o que faço é para Ti. Renda-se a Deus e você verá a sua vida transformar-se numa linda melodia. Se você procurar fazer tudo com a consciência voltada para Deus, verá com alegria que cada dia Ele estará escolhendo determinadas tarefas para você executar”.

O trabalho do trinômio implica no polinômio “racionalidade-eficácia-produtividade-evolutividade”, como sequência natural do esforço diário e sincero de crescer…

São exemplos de trabalho evolutivo o amparo intrafísico e extrafísico; a comunicação não-violenta; a reciclagem existencial (esforço para criar novas sinapses no cérebro visando reajustar a sua programação existencial); a intelectualidade empregada na tarefa do esclarecimento; a projeção consciente; a interassistencialidade.

O trabalho consciente (automotivado e prazeiroso) tem como efeitos:
– administração da vida intelectual;
– ampliação do mundo pessoal;
– avanço mentalsomático;
– compatibilidadde automotivação-trabalho-lazer;
– recuperação da autolucidez e da automemória de eventos vivenciados na dimensão extrafísica;
– exemplarismo multidimensional;
– atividade energizante;

Na realização de trabalho evolutivo estão presentes condições como coerência, compromisso, disponibilidade, inteligência, lucidez, oportunidade, pacificação, paradigma, produtividade, tarefas interassistenciais, de preferência a tarefa de assistência do esclarecimento.

A consciência lúcida é aquela que tem a condição de imensas responsabilidades porque consciente do seu propósito de pôr-se a serviço dos demais, consistindo nisto o trabalhar motivadamente e com leveza, ou seja, a síntese essencial de todos os interesses e valores pessoais na vida evolutiva em qualquer dimensão.

Norteiam o trabalho evolutivo:
– o principio da autodisciplina evolutiva;
– o princípio da qualificação interassistencial;
– o código pessoal de Cosmoética, orientando a produtividade evolutiva;
– o código pessoal de generosidade aplicado às manifestações laborais;
– a teoria da fórmula da retribuição pessoal;
– a gratidão.

Importa, como exercício de auto-observação, fazer os seguintes questionamentos sobre a natureza evolutiva do nosso trabalho:
– é um trabalho que permite a avaliação dos meus trafores e trafares?
– provoca exaustão, com freqüência?
– contribui para a minha automotivação?
– torna-me mais tolerante, compreensivo, solidário?
– permite que expanda a minha própria interassistência e autorganização, além das obrigações intrafísicas compulsórias?

Descubra se a sua ocupação atual, profissional ou de outra natureza, é uma experiência essencial dentro da programação da sua existência. O importante é verificar o como você trabalha.

Há que se fazer um bom trabalho, voluntário ou profissional, usando a rotina a favor da evolutividade e sem intenção de convencimento. Isso exige esforço contínuo, diário, permanente… mas se levado à sério, não terá sido em vão porque fará você conhecer-se e crescer.